domingo, 22 de março de 2020

A força da união


Podemos também construir o mundo que queremos nos juntando, pois nunca na história de nosso planeta estivemos com tantos recursos a mão e com tantas possibilidades, cabendo a nós apenas escolhermos o que queremos e nos juntar de modo a concretizar a realidade que almejamos. Ora, cada um de nós possui diversos talentos, capacidades, conhecimentos, de modo que podemos nos organizar e praticar algo valiosíssimo, que é a autogestão, sem que precisemos esperar pelo Estado, por empresas, ou por terceiros, que muitas vezes de tão afundados que estão no egoísmo, na ganância e na vaidade que o poder os coloca, estão muito alheios as nossas demandas, de modo que no fim das contas, não temos mais nenhuma desculpa para dar, para sermos o que queremos ser e construir a realidade que queremos.
Um grupo de pessoas tem maior poder de barganha, de convencimento, de argumentação, de pressão social, de ação, de movimentação. Se uma pessoa tem duas pernas, dois braços, dois olhos, duas orelhas, um nariz, uma boca, quanto mais pessoas envolvidas, multiplicam-se as pernas, braços, olhos, orelhas, nariz, boca, imagine o que acontece com os cérebros, considerando o fato de que um só já é uma fonte extraordinária de criatividade, imaginação, inteligência.
Precisamos reaprender a olhar as pessoas por trás das coisas, e nos relacionarmos com as pessoas, pois as coisas não são por si só, elas só existem porque pessoas as fizeram, e a essas pessoas devemos dar toda a importância. A pessoa que plantou, a pessoa que colheu, a pessoa que transportou o alimento que chegou até a minha mesa. E essas pessoas que plantaram, colheram e entregaram o alimento que chegou a minha mesa, precisam aprender a se relacionar comigo, pois o dinheiro não existe por si só, e se elas se relacionam só com o dinheiro, eu posso procurar pessoas que produzem um alimento para mim, ao invés de uma carteira ou conta bancária que só visam o dinheiro. Isso se chama responsabilidade, quando se pensa nas pessoas envolvidas, tanto o consumidor que deve pensar em quem produz, quanto o produtor deve pensar em quem consome, e assim estabeleceremos relações mais saudáveis e humanas, de maior proximidade e consideração uns pelos outros.
O fato é que o principal responsável pela continuidade do modelo econômico-social vigente é o individualismo e egoismo. Enquanto for cada um por si, todos serão alvos fáceis da manipulação, pois serão todos igualmente vulneráveis, igualmente sozinhos e dependentes do sistema. No entanto, a partir do momento em que nos unimos e estreitamos nossas relações, as quais são comumente "congeladas" pelo trabalho excessivo, por trás do qual nos escondemos e expressamos sempre um ar de importância, de estar sempre ocupado, o calor humano "quebra o gelo", e contagia, tendo o poder de nos tornar humanos novamente, quebrando o chip dessa programação robótica, automática que a "correria" do dia-a-dia nos impõe.
Assim, não há outra saída, precisamos nos envolver uns com os outros, dialogar, deixar nossos medos e diferenças de lado e reconhecer que precisamos uns dos outros, que sozinhos estamos fadados a dominação, e juntos temos a possibilidade de construirmos relações mais humanas e sinceras. A final, estamos todos no mesmo barco. É fundamental a empatia, colocar-se no lugar do outro. Acredite, as angústias, as dores, os sofrimentos que tu tens, são mútuos, a final, vivemos todos em uma mesma sociedade.

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