quinta-feira, 30 de abril de 2020

Um pouco de autoconhecimento


"O que está em cima é como o que está embaixo. O que está dentro é como o que está fora." Hermes Trimegisto
A segunda lei hermética ou lei da correspondência, algo que todas as escolas iniciativas, esotéricas, estudam, e a maçonaria está inclusa. Se refere não apenas ao fato do microcosmo estar relacionado ao macrocosmo, e com isso um influenciar sobre o outro, mas dar a indicação de que devemos conhecer a nós mesmos para que possamos ter alguma indicação sobre o todo, e de que o meio externo é reflexo do interno.
Dito isso, vamos para a neurociência, que em estudos mais recentes constatou que nós seres humanos em nosso processo evolutivo, temos o que se pode chamar de três cérebros: o reptiliano; o límbico; e o néocortex. O primeiro é nosso cérebro primitivo, instintivo, reativo, e que nos foi útil em eras primitivas, de selvageria, onde na condição de seres mais animais do que racionais, nos foi útil sentir medo, stress, adrenalina, para nos impulsionar a caçada, para nos impelir a fuga desesperada, e enfim, sobreviver.
O cérebro límbico, responsável pelas emoções nos trouxe a sensibilidade, os primeiros traços de humanidade, o cuidado, a proteção da prole, a formação das primeiras comunidades, a constituição de laços afetivos, e com isso garantiu nossa multiplicação enquanto espécie humana.
O néocortex é responsável pela visão de longo prazo, tomadas de decisões, vislumbrar possibilidades, fazer escolhas, raciocínio lógico. É a chave para a nossa manutenção e integração a esse planeta, de forma harmônica, respeitosa. Caso contrário, esse planeta que é um organismo vivo e inteligente, pode nos escarrar daqui em um piscar de olhos.
O fato é que o cérebro reptiliano corresponde à metade do que nos comanda, ou seja, ainda somos enquanto espécie humana muito instintivos, movidos por necessidades primárias, atormentados por medos. Praticamente a outra metade do nosso comando quem dita é o límbico, são nossas emoções, as quais oscilam, e ai vem raiva, irritação, ciúmes, inveja, orgulho, etc. E sobra apenas 7% de comando inerente ao néocortex. Ou seja, precisamos mais exercitar a razão, as decisões não egoísticas, e ver a longo prazo, pensar no bem coletivo e não só no eu, ou nos meus.
Para tanto, “conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses” – óraculo de Delfos - dessa forma saberás quem está lhe comandando, e com consciência poderás entregar-te ao comando maior, de uma evolução que ver tudo de forma integrada, holística, e visa sempre o bem, harmonia do TODO.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

A cura


A Cura

A cura para todas as doenças, dores, adversidades, é a consciência. Dores, doenças e situações adversas só chegam ao ponto de ocorrer, após um processo que leva a elas, na medida em que compreendem um sinal de alerta, quando as coisas chegaram a um ponto de gravidade, de sedimentação, por assim dizer. Nesse sentido, estar consciente é perceber o início desse processo e ter a possibilidade de escolher evita-lo, ou seja, não percorrer esse caminho da dor, adversidade e doenças. Desde muito tempo que nossa sociedade prega a ideia de que as doenças, as dores e as adversidades tem a capacidade de nos fortalecer, o que é um equívoco que nos leva enquanto seres humanos validarmos e com isso caminhar em direção as dores, doenças e adversidades. O fato não é que essas nos tornam mais fortes, mas como sendo um resultado da sedimentação, da materialização, ou ainda somatização de conflitos emocionais não resolvidos e ignorados, ou ainda padrões de pensamentos negativos, ou comportamentos e hábitos, mesmo no âmbito mais concreto, como alimentação, etc., chegam no seu “fim de linha”, ao que temos a dor, a doença, a adversidade, que vem como que para nos sacudir, nos tirar do automático, e com isso nos proporcionar a mudança necessária, o desvio de rota mais que necessário, tendo em vista o fato de que se se continuar andando naquela direção, se encontrará a morte, ou suicídio “inconsciente”. Por tanto, as dores, doenças e adversidades, são um sinal de alerta para aqueles que não estão despertos ou conscientes.
O estado de estar consciente é um estado de percepção dos nossos processos orgânicos – inerente ao corpo físico -, mental – inerente a nossa psique – e espiritual, o qual perpassa pelo campo quântico das possibilidades, seus desdobramentos ou consequências, resultando assim em ações, condutas, comportamentos e escolhas responsáveis, as quais sempre tendem a corroborar para a vida, a abundância, a manutenção do Todo, do qual fazemos parte, e que por sua vez se o ofendermos ou destruí-lo, estaremos atingindo necessariamente a nós mesmos.
De modo a se compreender melhor o que foi dito acima, pensemos em uma pessoa inconsciente como um cego, que por não enxergar com os olhos físicos, muitas vezes estar a caminhar em direção a um poste. Ora, se ele continuar andando nessa direção, inevitavelmente vai bater no poste e tenderá a se machucar, a não ser que desvie, tome outra direção. É claro que tem muitos cegos, ou seja, que não enxergam com seus olhos físicos, que são muito mais perspicazes, atentos e conscientes, do que muita gente que tem seus dois olhos funcionando bem, e ainda assim vivem no automático, não percebendo nada em sua volta, nem em si mesmo, em seus processos internos, estando esses adormecidos, chegando mesmo a ter que bater no poste a sua frente, para poder percebê-lo.
Esse universo no qual vivemos é um universo de reflexões, o que significa que ele apenas reflete todas as nossas ações, pensamentos, palavras. Assim, aquele que insiste em culpar algo ou alguém, está negando a si mesmo a oportunidade de adquirir consciência, a qual perpassa pela responsabilização de si mesmo enquanto ser humano – palavra que vem de húmus, matéria orgânica - aquele que fertiliza a vida que se manifesta das mais infinitas formas, que cria, transforma, alimenta as possibilidades, tornando-as reais.
O tempo que estamos vivendo, não é mais de isenção, pelo contrário, mas de responsabilização por tudo o que aí está, de modo que cada um individualmente é o responsável pelo estado de coisas vigente, cabendo a cada um individualmente mudar a sua conduta, buscar meios e alternativas para se libertar das amarras ilusórias que criou, da dependência de um sistema que nos consome a todos. Nunca o mundo esteve tão repleto de informações, de conhecimento, e nunca esse acesso a informação esteve tão amplamente difundido, nesse sentido, a ignorância, tem deixado de ser argumento para a não mudança, sendo antes de tudo a razão para não mudar, a displicência, o apego, o vício, o comodismo, a inércia.

O argumento econômico


Na iminência de mudanças em um contexto global, como por exemplo, aquelas que se referem ao meio ambiente, mudanças na dinâmica e estilo de vida da sociedade, entre outras mudanças de maior impacto, sempre surgem os defensores da economia, alegando que mudanças que tenderão a promover impactos maiores na economia devem ser evitadas.
                Esse argumento econômico tem como fundamento a manutenção a todo custo da economia vigente, colocando-a acima de tudo e de todos, acima do meio ambiente, ou seja, o ar que respiramos, a água que bebemos, a comida que comemos, em suma nossa casa, o planeta Terra, o nosso abrigo, e acima da própria vida, seja ela animal, seja ela humana.
Vejamos um exemplo prático:
Por um lado, temos os carros movidos a combustível fóssil (petróleo) – gasolina, diesel -, e por outro os carros movidos a eletricidade. Bom, os carros movidos a eletricidade não poluem o ar, pois não emitem fumaça de nenhum tipo, tem uma excelente eficiência e performance, atingindo altas velocidades, percorrendo centenas de quilômetros sem precisar recarregar, podendo ter designer de primeira qualidade, e claro que se forem produzidos em larga escala poderão ter seu preço reduzido significativamente. Outra coisa bem interessante em relação aos carros elétricos é sua durabilidade, precisando de manutenção ínfima pois não requer troca de óleo, filtro, não possuem motor, etc. Logo, também não geram muitos resíduos, algo comum de carros quando submetidos a revisão.
Vejamos agora os carros movido a petróleo. Bom, esses emitem poluentes que danificam nossos pulmões e são causas de várias doenças pulmonares. Ponto positivo para a economia, pois com isso faz a economia girar, pois a dependência de combustível fóssil requer a necessidade da atividade constante da indústria petrolífera em retirar o petróleo das profundezas da terra, enviá-lo para refinarias, fazer a distribuição de gasolina e diesel para os postos de combustível, dessa forma já são várias pessoas empregadas; além disso, tem os hospitais com os profissionais da saúde que vão ter que tratar diversas pessoas com problemas de asma, bronquite, rinite, pneumonia, doenças alérgicas, entre outras, e claro, tem a indústria farmacêutica que precisará produzir uma infinidade de medicamentos, os quais serão comprados pelos hospitais, serão receitados pelos médicos e comprados pelos pacientes nas farmácias, o que significa mais um monte de gente empregada, produção e consumo, dinheiro circulando; tem também a manutenção dos veículos, muitas peças vendidas pelas montadoras de veículos para oficinas, que farão a reposição dessas nos veículos movidos a combustível fóssil, que pelo fato de serem a combustão sofrem diversos desgastes de suas peças, além de possuírem elementos cuja troca é periódica, como  o óleo do motor, e outras.
Sem falar no fato de que quando ocorrem acidentes com navios petroleiros, mobiliza-se a mídia para noticiar, os ambientalistas para condenar, e empresas especializadas em “descontaminação” dos oceanos são acionadas, e multas ambientais são aplicadas. Enfim, a cadeia é longa, de modo que quanto maior essa, quanto mais desastres e danos provoca, melhor, pois movimenta o mercado de ações, governos, grandes corporações, etc.
Em suma, a economia atual tem sua sustentação na miséria, na doença, nos desastres, na poluição, na sujeira, pois se não sujar, não haverá necessidade de alguém pra limpar; se não adoecer, não haverá a necessidade de hospitais e nem demanda por medicamentos; se não poluir, a mídia não terá o que noticiar; se não houver miséria, em cima do que ou de quem os que tem mais poder aquisitivo vão se promover, ou quem vai financiar esse sistema econômico sujo e irracional, já que ao miserável a primeira coisa que falta é a educação, a inteligência e o ócio criativo que o permite se dedicar a pensar e criar novas possibilidades.
O fato é que a economia atual se preocupa em criar inúmeros problemas e inúmeros paliativos, jamais soluções, sobretudo definitivas, pois essas significam o encerramento de cadeias e não sua continuidade, o que em outras palavras significa eliminar a possibilidade de ganhar dinheiro, ou de fazê-lo circular. Isso se deve ao fato de que a economia vigente é controlada por poucos e por pessoas que são extremamente gananciosas e egocêntricas, e por essa razão requerem que o dinheiro sempre volte para elas, sempre esteja fluindo para elas, e na perspectiva dessas pessoas, a melhor forma disso acontecer são elas criando os problemas e as soluções, ou seja, as diretrizes ou paradigma sob o qual a sociedade será conduzida.
Quando não se tem como base o egocentrismo, a confiança nas pessoas e em algo maior são as forças que nos norteia, e assim, permite-se que a abundância se estabeleça na medida em que cada indivíduo terá a possibilidade de contribuir com o que tem de melhor para o todo, e uma infinidade de ideias e de criações ira surgir, não tendo como base o egoísmo, mas o bem de todos, ou seja, algo muito maior, pois somente o Todo pode validar as nossas ações, e não eu próprio, ou o outro, haja vista o fato de que nossas visões são limitadas e tendenciosas.